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Um fim para uma história de amor  A história começa no sábado assim como todas as coisas sagradas dessa terra.  Posso afirmar que sou uma jovem sem muita capacidade de perceber do amor e suas manifestações, mas nesse dia, posso afirmar, o amor tinha olhos castanhos bem organizados em um par de sobrancelhas grossas. 

Avenida 31 de dezembro

Ao atravessar a avenida de mão dupla olhava-se para os dois lados. Para ver se não vinham carros. Não tinha um sinal ali perto. Então era um risco ter de correr para chegar ao outro lado. Ao alcance dos olhos poderia parecer distante. Mas, não era tanto assim. Era só uma travessia. Duas pessoas contam então até 3 e seguem em direção ao combinado. No três... de mãos dadas... uma segue o proposto, com medo, puxando com força a mão da outra que parece não reagir. As mãos se soltam, pelo susto, pela resistência, vontade de não querer ir agora... Em uma fração de tempo é a vez de deixar a mão e correr. Apesar da falta de compreensão do motivo. Medo? Vontade? Quem atravessa... Olha lá de longe... a 'mão deixada para trás'... Um carro passa... outro carro passa mais veloz... E então uma sinalização é feita por quem atravessou: Venha! Atravessa! É a sua vez! Vamos.. tô te esperando!! A distância não permite que se tenha empatia. Apenas dúvidas. Outros carros passam em alta velocida

ISAIANE

Você tem os dentes tortos e uma alma torta também. Segue os dias em pares de meias, que vão juntando a poeira da casa, que vão juntando o frio num canto só. Seu nome, que nasceu complicado, dificil de dizer, é apresentado pelo seu cabelo e pela sua cor de pele. na verdade, uma coisa estranha de associar. Você, que se olha no espelho e não vê a mesma imagem da camera do celular, se pergunta alguma coisa que deve ser facil de responder, mas como ninguem sabe a pergunta, então não ha resposta. Olho, boca, cabelo, dorso da mão, queixo, nariz e tal.... Nenhuma palavra, só o canto da boca se mexendo em busca de uma expressão que reflita a existência. Algo lindo e amável, e sorridente. Abrindo um pouco o sorriso, os dentes aparecem... tem ali o caminho para uma palavra, a passagem da voz para explicar seu nome dificil.   De dizer umas três vezes que seu nome não é nem esse e nem aquele, e talvez soletrar um tritongo. O sorriso permanece por um tempo, os dentes tortos aparecem quando

Sobre mim

Quando eu nasci eu não tinha sonho algum. Era apenas eu. Ali. Essência. Meu pertencimento ao mundo me tornou em "alguém" com nome e CPF. E sem saber comecei a decidir quem eu era. Era herói, veterinário, médico, professor, namorado, advogado, político... Eu estava ali,  na minha vida, o tempo todo. E sem exitar começava a ser alguém. E se desse sorte acharia meu caminho. Poderia culpar a humanidade pela insanidade da busca pelo Eu, mas isso não cabe no tempo. Permaneci pertencido, mesmo em meio à austeridade. O ser social me obriga a ser quem eu sou. Mas, quem sou? O caminho sinuoso que percorrir não me fez perceber nada além da finitude da vida, a corrida contra o tempo. Eu estava ali, já jovem de mim sendo o eu que fui escolhido a ser. Até então, nunca mais saber quem eu era.
e o poeta disse: viva hoje e viva para sempre. o sol não é o mesmo todos os dias. No jeito do poeta a poesia se manifesta e faz a vida ser um sonho. criando mais do que, as vezes, existe. (E não devermos ser tão pouco na vida.) O poeta diz que a música rege nossos caminhos que o perfume é o nosso guia que a lua é a nossa amante... e seguem-se assim os laços de borboleta pelo caminho escrever um bom texto num papel amassado é melhor do que não escrever nenhum.

Um quinta e era uma vez

Estou tão sério... estou sozinho. Amanhã a noite podemos fazer algo. Mas você é meu amigo agora. Abraços talvez. E meu coração ainda será seu. Por que o tempo ainda diz que o melhor a ser feito é sentir. Sinto-me sério e isso é para quem está sozinho. A viagem foi curta para um amor do nosso tamanho. Dessa vez é como se fosse para sempre. Talvez uma quinta... 

Lenda Litorânea do Jovem Everton da Silva

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Estando próximo das quatro e meia de um dia ensolarado Suzana vai com as três sobrinhas à praia.  As meninas logo entram no mar. Enquanto elas  brincavam com as ondas que vinham,  levavam e   puxavam , Suzana preferiu ficar sentada na areia observando-as se divertirem e resolveu não implicar, já que elas estavam em férias na cidade, sem então apressar a hora de sair. Enquanto elas recebiam pancadas e arrastões das ondas. Uma das meninas disse:  - "O mar está puxando!" Mas elas estavam bem com toda aquela brincadeira. E continuaram na água. Sentada na areia Suzana se distraía com as sobrinhas, quando de repente é abordada por um jovem rapaz segurando uma bicicleta,  que diz: - "Moça, a essa hora a maré é traiçoeira, e ela pode puxar as meninas para dentro do mar, e nesse mesmo lugar já morreram várias pessoas, acho melhor a senhora chamar as meninas de volta." Suzana agradeceu e ele seguiu empurrando sua bicicleta na areia fofa. No mesmo minuto da advertê